sexta-feira, novembro 11, 2011

Análise do PCN - Lingua Portuguesa #


A linguagem e participação social têm estreita relação com o domínio da língua, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso a informações; expressa e defende seu ponto de vista, partilha e/ou constrói visões de mundo, produz conhecimento. A linguagem pode estar em várias praticas social, e é produzida numa conversa de bar, numa lista de compras, numa carta, etc.

Pode-se considerar o ensino da aprendizagem em três variáveis: aluno, língua e ensino. O primeiro é o sujeito da ação; aquele que age sobre o conhecimento. O segundo elemento tem como objeto do conhecimento a LP, tal como se fala e se escreve fora da escola. E a última variável corresponde ao ensino e à prática educacional, que organiza a medição entre sujeito e objeto do conhecimento.

A importância e o valor dos usos da linguagem são determinados historicamente, segundo as demandas sociais de cada momento; atualmente existem vários níveis de leitura e escrita.

Produzir linguagem significa produzir discurso, e este se manifesta linguisticamente por meio dos textos. Texto é o produto da atividade discursiva oral ou escrita de forma um todo significativa e acabado. É uma seqüência verbal construída por um conjunto de relações que se estabelecem a partir da coesão e da coerência, o que chamamos esse conjunto de relações de textualidade; e a relação entre o texto produzido e os outros textos é o que chamamos de intertextualidade.

A Língua evolui a cada momento histórico. A partir desta perspectiva, ela é um sistema de signos históricos e sociais que possibilita ao homem significar o mundo e a realidade. Todo texto se organiza dentro de um determinado gênero; que constitui formas diferentes de enunciados disponíveis na cultura, caracterizado por três elementos: conteúdo temático, estilo e construção composicional. Os gêneros dão forma ao texto e é por isso que quando um começa com “Era uma vez” não há dúvidas que aí se encontra um conto.

No Brasil existem variedades lingüísticas em decorrência de cada classe social e estados (geograficamente falando), e essa diversidade muitas vezes é sinônimo de preconceito na sociedade. Este último deve ser enfrentado na escola como parte do objeto educacional; para isso a LP deve se livrar do mito “do que é certo”, que defende que se deve transmitir a escrita sendo o espelho da fala, e com isso seria preciso consertar a fala do aluno para que ele escreva bem. Esse tipo de conduta, além de desvalorizar a forma de falar de cada estudante, denota desconhecimento que a escrita de uma língua não corresponde inteiramente a nenhum dos seus dialetos, por mais que eles tenham prestigio num determinado momento histórico. A questão não é falar certo ou errado, mas saber com que forma utilizar a linguagem dentro de sala de aula. Cabe à instituição educacional ensinar ao aluno a usufruir a língua oral nas diversas situações comunicativas.

Não é papel da escola, ensinar o aluno a falar, isso é aprendido pela criança muito antes da idade escolar. Expressar-se oralmente é algo que requer confiança de si mesmo. Para ocorrer a produção oral deve-se fazer o seguinte: atividades em grupo, no qual haja pesquisas e apresentação dos resultados; debates entre os alunos; oralidade de um texto criado pelo estudante e sua análise.

Deve-se trabalhar a leitura em sala de aula diariamente de forma silenciosa e em voz alta, porém, alguns cuidados devem ser tomados. Antes do aluno, ou grupo, fazer a leitura para o restante da classe, esta deve ser lida com os olhos, para uma análise prévia e conclusão de possíveis dúvidas. No caso de um texto gerar mais de uma interpretação entre as pessoas, estas deverão discutir até chegarem numa interpretação coerente entre todos. O professor deve, apenas, mediar tal discussão.

O ensino da ortografia se dá em forma de ditados, redações etc. Ainda que tenha um forte apelo à memória, a aprendizagem de tal não é um processo passivo, trata-se de uma construção individual. O trabalho com a normatização deve estar contextualizado nas situações em que os alunos tenham razões para escrever corretamente, em que a legibilidade seja fundamental, por que existem, de fato, leitores para a escrita que produzem.

Diferente de outros aspectos, como a pontuação, as restrições ortográficas estão definidas basicamente no nível da palavra. A primeira idéia é que a pontuação serviria para indicar as pausas na leitura em voz alta. Aprender a pontuar é aprender a reagrupar o fluxo do texto, de forma a indicar ao leitor os sentidos propostos pelo autor, obtendo os efeitos estilísticos. O escritor indica as separações (pontuando) e sua natureza (escolhendo o sinal), e com isso, estabelece as formas de articulação entre as partes que afetam as possibilidades de sentido.

A LP deve levar em consideração os seguintes aspectos: sua utilização nas diferentes situações de comunicação de fato; as necessidades colocadas pelas situações de ensino e aprendizagem. É interessante levar os alunos para a biblioteca, para pesquisarem. Deve existir a disposição deles: textos de variados gêneros, livros dos mais diversos estilos, vídeos, jornais, revistas, recursos áudio-visual, slides, cartazes, fotografias, transparências, gravador. Este, por exemplo, é útil para revisão oral: entonação, ritmo, redundância no uso de certos termos.

No ensino fundamental, os conteúdos de Língua Portuguesa, estão organizados em dois eixos básicos, a saber, o uso da língua oral e escrita e a análise e reflexão sobre a língua. Tal orientação já pode ser sentida na maioria dos guias curriculares em vigor, os quais, em vez de apresentarem os conteúdos organizados em alfabetização, ortografia, pontuação, leitura em voz alta,
interpretação de texto, redação e gramática, organizando-os em função do eixo: uso – reflexão – uso.

O bloco de conteúdos “Língua escrita: Usos e formas” divide-se em “Prática de Leitura” e “Prática de produção de Textos”. Mais especificamente quanto ao segundo bloco, a produção de textos tem por objetivo a formação de escritores competentes, ou
seja, capazes de produzir textos coerentes, coesos e eficazes.

O PCN apregoa que a produção escrita deve estar voltada para suprir as necessidades de comunicação do dia-a-dia. Daí a importância de os alunos serem levados a participar de modo eficiente de atividades da vida social que envolva ler e escrever, tal como, recontar um acontecimento, noticiar um fato em um jornal, transmitir uma receita culinária, redigir uma carta, um requerimento. Essa prática revela que, a despeito das questões gramaticais e ortográficas, a maneira de elaborar o discurso é extremamente importante na elaboração do texto escrito.



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